terça-feira, janeiro 09, 2007

O nosso contexto geográfico, condicionou a nossa história local.

(Base cartográfica - Instituto Geográfico Português, disponível on-line)
O Litoral Alentejano define-se actualmente como um espaço geográfico bem definido, por ser diferente da Península de Setúbal a norte e do Algarve a sul, separando-se claramente do interior Alentejano pelo curso sul-norte do Alto e Médio Sado.
Será que esta realidade é fruto de uma evolução histórica recente, ou é resultado de uma silênciosa evolução, desde a "Pré-História Recente" até à actualidade?
A existência de um vasto estuário no rio Sado e a consolidação de Alcácer do Sal (no fundo do Paleo-Estuário) como centro populacional e cultural de âmbito regional, aberto aos estímulos culturais provenientes de contactos com povos exógenos ao espaço ibérico, desde meados do I Milénio a. C, com um bom testemunho na instalação fenícia no Abul/Região de Palma, foram no nosso ponto de análise, factores estimulantes para o ecludir de um sistema de gestão deste espaço, direccionados para o nascimento de uma entidade política, ainda insipiente de tipo "estatal".
Reconhecemos que os elementos disponíveis são escassos, pouco claros, mas a sua análise permite ver,(o que deve ser visto como hipotese de trabalho), uma super-estrutura administrativa e económica com sede em Bevipo/Alcácer, que dominava (talvez por delegação de poderes locais) um vasto espaço aberto ao Atlântico, desde a região de Sesimbra até à foz do rio Mira.
No nosso ponto de vista, consideramos importante analisar com especial atenção a passagem da Idade do Bronze para a I Idade do Ferro, porque é provávelmente nesta fase, que irá nascer uma "conscienciazação de espaço cultural diferenciado" ou "embrião" do actual Litoral Alentejano, por oposição a um interior alentejano mais aberto aos estimulos culturais provenientes da Meseta Ibérica.

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