segunda-feira, maio 26, 2008

O Periodo Mais Interessante de Alcácer: Breve comentário.

O território governado por Alcácer em contexto Almorávida, na primeira metade do século XII

Que poderemos nós concluir dos resultados do inquérito on-line sobre o Período mais interessante de Alcácer?

Tendo em conta que tenho quase 100 visitantes (diferentes entre si), que costumam regularmente visitar este blog por semana, o numero de votantes neste questionário (partindo do presuposto que 1 voto corresponde a 1 pessoa/computador), está a quê do que seria previsível.
Que conclusões poderemos obter?
Que a votação motivou escasso interesse.
Como não sou sociólogo, (e como os votantes são todos anónimos), todas as variáveis que teria que usar para uma análise dessa naturesa, ficam em aberto.
Em suma, os dados valem por si.
Vou usar estes elementos como indicadores da tendência actual, que determinou o seguinte panorama:
- A Idade do Ferro, Romano e o Muçulmano atraíram as preferências, ficando curiosamente empatados entre si. A larga distância ficou o Medieval cristão e em último, o Período Moderno.
Todas as épocas foram interessantes e determinantes em Alcácer, basta analisar em diferentes ângulos:
- Durante a Idade do Ferro, é visível a presença e cultura Fenícia, que vai marcar a nossa cidade. Em contexto Púnico, a cidade servirá a máquina de guerra Cartaginesa contra Roma. Após a 2 Guerra Púnica, Alcácer assume a sua autonomia política e económica, expressa nas moedas que cunha e no alfabeto em que expressa o seu quotidiano e “corpo jurídico”.
Em contexto romano, o seu espaço rural povoa-se de villae, casais agrícolas. A documentação arqueológica é rica, variada, mas em termos documentais/epigráficos é escassa, quase ausente, o que dificulta efectuar uma resenha histórica.
Durante a Antiguidade Tardia e Final do Domínio Visigótico, o silêncio é quase total.
O panorama melhora em contexto Islâmico, após a consolidação do poder dos Banu Danis em Alcácer, em finais do século IX. Contudo, se temos as crónicas dos autores muçulmanos, a documentação arqueológica continua a ser pouco expressiva fora do Castelo de Alcácer.
Após a conquista cristã, Alcácer confunde-se com a História da Ordem de Santiago
Pela minha parte, todas as fases históricas de Alcácer, foram importantes e são interessantes, contudo tenho investigado mais o Período Islâmico, pelo interesse que me desperta e do muito, que ainda falta responder.

segunda-feira, maio 19, 2008

Localização do Torrão



Delimitação do Concelho do Torrão durante o Século XVI.
Limite a amarelo do Concelho de Alcácer, antes da autonomia de Grândola (a vermelho).
De notar que este ultimo municipio, Grândola só teve acesso à costa oceânica no decurso do século XIX, quando anexou a área de Melides que pertencia a Santiago do Cacem e a zona que vai do Carvalhal até Troia, por opção de Alcácer e "desinteresse forçado" de Setúbal em relação a Tróia.

Maio, Mês da Cultura no Municipio de Alcácer:O Renascimento no Torrão




quarta-feira, maio 14, 2008

Imagens do Estuário do Sado



Imagens digitais do estuário do rio Sado, junto à foz e no canal da ribeira da Marateca, nas Arrábidas.

quinta-feira, maio 08, 2008

Contexto Geográfico que deu origem ao Movimento Almoada

Segundo as fontes documentais e o que sobreviveu do sistema defensivo Tardo Islâmico de Alcácer, é claro que a cidade foi objecto de especial atenção e de avultados investimentos em recursos humanos e económicos, por parte dos poderes centrais dos Império Magrebinos dos Almorávidas e Almoadas.
Até agora, a análise historiográfica tem tentado justificar essa especial atenção por Alcácer, graças à importância das suas potencialidades portuárias, de ligação ao oceano e de escoamento ou acesso de produtos ao interior da meseta ibérica sob o domínio Magrebino.
A reanálise das fontes, tem clarificado desde o emirato, a existência e persistência de uma matriz cultural fortemente ligada aos berberes Masmudas, com maior visibilidade após a chegada dos Banu Danis a Alcácer, em finais do século IX.
É provável que esta afinidade cultural não tenha deixado indiferente o poder elitista e reservado dos Almoadas, que tambem são Masmudas.
Como norma, o poder da medina e gestão do território em contexto "Cultural Masmuda", é quase sempre anónimo e colectivo. Quem governa é sempre um grupo eleito de 6 ou 9 pessoas, oriundos da comunidade local. A assinatura ou acordos estabelecidos com entidades exteriores à comunidade é sempre efectuado pelo grupo, omitindo-se o nome individual, porque o que tem valor jurídico é o colectivo.
Para mim, parece ser esta a razão do aparente vazio de documentação muçulmana para a nossa região, desde o início da presença islâmica, porque os investigadores partiam do principio que o poder tinha que ter sempre um rosto, um nome. (como existe em contexto cristão coevo)
No caso de Alcácer, o que as fontes realçam é o colectivo em termos de gestão do bem público, pelo menos até meados do século XI.
De referir, que Lisboa tambem se inseria no início, no espaço cultural Masmuda.
As questões que vão ficar em aberto, serão as ligações económicas que terão existido entre Alcácer e os Masmudas da costa Atlântica de Marrocos.

Bacia Hidrográfica do Rio Sado

A cartografia temática que regularmente irei inserir no blog, pode ser usada, desde que refiram a fonte.
Procuramos deste modo, dar resposta à comunidade escolar do nosso municipio.