domingo, junho 01, 2008

Como seria representada a conquista de Alcácer na iconografia da Época? O Exemplo Francês

«Representação de Luís VII, rei de França, no decurso do cerco de S. João de Acre, no litoral actual da Palestina/ Israel»
©Bibliotheque Nationale de France
A existir uma representação iconográfica da Conquista de Alcácer em 1217, no decurso da 5ª Cruzada, é provável que o resultado final fosse semelhante a este.
Os cruzados seriam representados no interior de barcos, em posição de ataque, enquanto na defensiva, estariam os muçulmanos, dentro das muralhas.
Fosse interessante ou não, o público que tinha acesso a estas crónicas, as classes previligiadas da realeza, nobreza e clero, estariam mais interessado no desenrolar da acção.
Os pormenores de enquadramento geográfico eram quase sempre omitidos, ou então, descritos de forma tão lacónica, que ainda hoje temos dificuldade em reconstruir os cenários do conflito, como é o caso paradigmático dos vários Carmens/Relatos da conquista de Alcácer nesse ano de 1217.
Não se tratava de um problema do lado cristão, porque os relatos muçulmanos também seguem o mesmo padrão.
Quem supõe que o trabalho de Historiador e Arqueólogo é fácil, está enganado. A questão de base, não se resume ao acesso e selecção da documentação.
O desafio está em fazer falar esses dados, mudos à partida, porque não foram elaborados para fazer História, mas sim para fixar para memória futura, aquilo que se achava mais adequado à luz da época.
O nosso desafio é efectivamente saber ler, interpretar as fontes, para depois "escrever", em todos os patamares de exposição, consuante os vários públicos, consumidores de História de Alcácer.
Outro desafio que temos é a ausência de uma História de Alcácer, desde o I Milénio a. C. até ao presente.
Não se iludam. Ninguem a vai escrever para nós.
É esse o nosso desafio e podem crer que nunca será terminado.
Pela minha parte vou preveligiar o Periodo Islâmico e o Medieval Cristão.
Não quero com isto sugerir que existe periodos melhores ou menos atrativos em Alcácer, nestes 3 Milénios de presença humana aqui à beira Sado.
Considero tão importante investigar o quotidiano de aulico do Qasr/palácio em contexto islâmico ou durante o Mestrado de determinado Mestre da Ordem de Santiago, como recuperar os cantares populares da monda do arroz do século passado e entrar no quotidiano difícil aqui vivido. Mas para isso à investigadores mais bem preparados do que eu.
Nunca se esqueçam que todos os contributos são importantes.

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